Falar sobre comportamento responsável no trânsito não é difícil, pois diante de tudo que lemos e vemos todos os dias nos jornais e telejornais, não há como não pensar em outra coisa senão na falta de responsabilidade de algumas pessoas no trânsito. Mas como falar sobre responsabilidade se, na maioria das vezes, as pessoas não conseguem assumir ou enxergar seus próprios “deslizes” no trânsito.
Este artigo nasceu a partir de uma experiência vivida no dia de hoje. Estávamos eu e meu colega Rafael divulgando o 4º Prêmio EPTC de Educação para o Trânsito nas escolas, quando numa delas encontramos uma pessoa que gentilmente nos recebeu e disse estar muito contente com a nossa iniciativa. Disse ainda que atitudes como a nossa certamente farão a diferença no futuro. Até aí tudo bem, pois estávamos sendo muito elogiados, porém a situação começou a mudar de figura quando, dada a circunstância de estar diante de dois agentes de fiscalização, essa pessoa fez a inevitável pergunta: “Me diz uma coisa, vocês podem multar uma pessoa sem abordá-la? Pergunto isso a vocês porque levei uma multa e tenho certeza que não cometi a infração (dirigir e falar ao celular), mas como não fui abordada não sei como me defender”. Então eu e meu colega, pacientemente, explicamos todo o processo de verificação da infração e dos procedimentos que devemos adotar quando estamos nas ruas fiscalizando. Não ficando satisfeita com a nossa explicação, para aquele tipo de questionamento, eis que a pessoa nos fez outra pergunta: “E como vocês podem notificar um veículo por estar com placa ilegível sem pará-lo?” “É que eu também recebi uma multa por esse motivo (risos), e não consegui entender como vocês conseguiram enxergar e ao mesmo tempo notificar por estar com a placa ilegível”. Novamente explicamos como se dá o procedimento padrão.
Enfim, fomos questionados, sem exagero, por mais uma ou duas notificações que essa pessoa recebeu. Quando eu resolvi questioná-la sobre seu comportamento nada seguro e responsável no trânsito, cessaram as perguntas. Perguntei a ela se sinceramente achava que todas as notificações eram injustas. Momento de silêncio. Fiz questão de inverter os papéis dessa história, de vítima dos agentes a pessoa passou a ser protagonista de comportamento de risco, para ela e para os que estavam a sua volta.
Será que ela entendeu? Espero que sim, pois esse é o nosso objetivo enquanto agentes e educadores, quebrar paradigmas já estabelecidos, desacomodar aqueles que se acham donos do saber absoluto. O conhecimento e o saber não são absolutos, estamos em constante processo de mudança, por isso devemos sempre pensar e repensar nosso comportamento, para que num futuro bem próximo sejamos, quem sabe, totalmente responsáveis pelas nossas atitudes no trânsito. Fica então o convite ao debate.
Este artigo nasceu a partir de uma experiência vivida no dia de hoje. Estávamos eu e meu colega Rafael divulgando o 4º Prêmio EPTC de Educação para o Trânsito nas escolas, quando numa delas encontramos uma pessoa que gentilmente nos recebeu e disse estar muito contente com a nossa iniciativa. Disse ainda que atitudes como a nossa certamente farão a diferença no futuro. Até aí tudo bem, pois estávamos sendo muito elogiados, porém a situação começou a mudar de figura quando, dada a circunstância de estar diante de dois agentes de fiscalização, essa pessoa fez a inevitável pergunta: “Me diz uma coisa, vocês podem multar uma pessoa sem abordá-la? Pergunto isso a vocês porque levei uma multa e tenho certeza que não cometi a infração (dirigir e falar ao celular), mas como não fui abordada não sei como me defender”. Então eu e meu colega, pacientemente, explicamos todo o processo de verificação da infração e dos procedimentos que devemos adotar quando estamos nas ruas fiscalizando. Não ficando satisfeita com a nossa explicação, para aquele tipo de questionamento, eis que a pessoa nos fez outra pergunta: “E como vocês podem notificar um veículo por estar com placa ilegível sem pará-lo?” “É que eu também recebi uma multa por esse motivo (risos), e não consegui entender como vocês conseguiram enxergar e ao mesmo tempo notificar por estar com a placa ilegível”. Novamente explicamos como se dá o procedimento padrão.
Enfim, fomos questionados, sem exagero, por mais uma ou duas notificações que essa pessoa recebeu. Quando eu resolvi questioná-la sobre seu comportamento nada seguro e responsável no trânsito, cessaram as perguntas. Perguntei a ela se sinceramente achava que todas as notificações eram injustas. Momento de silêncio. Fiz questão de inverter os papéis dessa história, de vítima dos agentes a pessoa passou a ser protagonista de comportamento de risco, para ela e para os que estavam a sua volta.
Será que ela entendeu? Espero que sim, pois esse é o nosso objetivo enquanto agentes e educadores, quebrar paradigmas já estabelecidos, desacomodar aqueles que se acham donos do saber absoluto. O conhecimento e o saber não são absolutos, estamos em constante processo de mudança, por isso devemos sempre pensar e repensar nosso comportamento, para que num futuro bem próximo sejamos, quem sabe, totalmente responsáveis pelas nossas atitudes no trânsito. Fica então o convite ao debate.
Luciana Pereira da Silva
Equipe de Educação para o Trânsito - EPTC
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